A hidroximetilpropilcelulose (HPMC) é uma metilcelulose que foi modificada através de um tratamento com álcali e óxido de propileno, e por isso é considerada como uma modificação sintética de um polímero natural, a celulose. Tem a fórmula química [C6H7O2(OH)x(OCH3)e(OCH2CHOHCH3)z]n e é amplamente utilizada como aditivo alimentar (E-464) como emulsionante, espessante e estabilizador.
A hidroximetilpropilcelulose é um pó de cor branco ou quase branco, com forma granulada ou de finas fibras e que se incha na água formando soluções coloidais viscosas. A viscosidade da hidroximetilpropilcelulose relaciona-se diretamente com os grupos metoxi que contém, quanto maior for a concentração destes grupos, maior será a sua viscosidade.
A hidroximetilpropilcelulose não é digerida nos intestinos e também não pode ser fermentada pela flora intestinal, por tanto, se considera uma fibra dietética não fermentável.
Benefícios da sua contribuição
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (ESFA) emitiu um comunicado relativo às propriedades saudáveis da hidroxipropilmetilcelulose (HMPC) onde afirma que existem evidências suficientes para estabelecer uma relação entre a sua ingestão e os seguintes efeitos:
Redução da resposta glicémica postprandial.
A glicemia postprandial é o aumento das concentrações de glicose no sangue após uma refeição, esta resposta varia em função da natureza dos alimentos consumidos e pode ser de diferentes medidas e duração.
A hidroxipropilmetilcelulose causa uma redução na resposta glicémica postprandial, devido à criação de soluções viscosas no trato gastrointestinal. A razão pela que as fibras dietéticas produzem este efeito parece ser o atraso no esvaziamento gástrico, a redução do acesso das enzimas digestivas aos seus substratos e a disfunção reduzida à superfície de absorção do intestino.
Este efeito retardando resulta muito benéfico para as pessoas diabéticas, embora em pessoas saudáveis com tolerância normal à glicose, ainda não se demonstrou que esta diminuição tenha efeitos fisiológicos. No entanto, parece que poderia resultar benéfica, já que ajuda a diminuir a resposta à insulina e a expressão de lipogénese hepática e por tanto favoreceria a prevenção de algumas doenças como a diabetes tipo 2 ou fígado gordo, (esteatose hepática) em termos médicos.
Conservação dos níveis adequados de colesterol.
A fibra solúvel HPMC, especialmente em graus de alta viscosidade, pode diminuir significativamente os níveis de colesterol total e LDL plasmáticos. Além disso, esta fibra tem a vantagem de não ser fermentada pela flora intestinal, não produzindo os efeitos típicos deste tipo de fermentação (gases, flatulência, distensão abdominal, etc..).
O mecanismo pelo qual o HPMC tem efeito hipocolesterolémico não está completamente estabelecido, uma forma de explicar é que ao formar géis viscosos dificulta o contacto entre a parede intestinal e o conteúdo luminal. Assim, da mesma forma que outras fibras solúveis, a hidroxipropilmetilcelulose poderia reduzir ou diminuir a absorção de colesterol, ácidos biliares e hidratos de carbono.
Dosagem
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (ESFA), indica que a quantidade necessária para produzir o efeito benéfico deve ser de 4 g por refeição, no caso da diminuição da resposta glicémica postprandial, e de 5 g por dia divididos em duas tomas para os casos de conservação dos níveis plasmáticos adequados de colesterol. Não foi estabelecida uma ingestão diária aceitável (IDA) máxima para as celuloses modificadas.
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