O inositol é um isómero natural da glicose, pertence à família dos poliois. Pode ter nove isómeros diferentes, dos quais o mais abundante na natureza é o Mioinositol.
Já chegou a ser considerado como vitamina do complexo B. O inositol não é considerado um nutiente essencial, já que pode ser sintetizado pelo organismo. Os alimentos com maior teor do mesmo são as nozes, sementes, cereais, frutas cítricas etc. Estes alimentos contêm um composto fibroso chamado ácido fítico, que por ação intestinal bacteriana, liberta inositol. Os alimentos de origem animal também contêm inositol mas geralmente em forma de mio-inositol, já que esta forma é mais abundante no sistema nervoso central. No organismo o inositol encontra-se tanto em forma livre como em fosfoinosítidos.
Funções do inositol.
O inositol é indispensável para um ótimo funcionamento do organismo. Por um lado é componente fundamental de todas as membranas celulares e por outro intervém na transportação das gorduras desde o fígado até os tecidos e tem também um papel indispensável na transdução da sinalização celular.
Quando se ativa a fosfolipase C, esta por sua vez hidrolisa ao fosfatidilinositol 4,5-bifosfato na membrana lipídica, gerando inositol 1, 4, 5-trifosfato (IP3), este tem a capacidade de difundir e unir-se ao seu recetor que é um canal de cálcio.
Esta modulação na concentração de cálcio citoplasmático, envolve a regulação de numerosos processos, como o transporte transepiteliar, aprendizagem e memória, contração muscular, transmissão sináptica, secreção, excitabilidade da membrana, expressão genética, divisão celular e a apoptose.
Além disso, o inositol também está implicado em muitos outros processos no organismo, como a regulação do crescimento nervoso ou sua implicação na formação do citoesqueleto, (já que o fosfatidilinositol 4,5 bifostafo regula a afinidade da prolina a ativa e facilita a montagem da actina nos complexos profilina-actina).
Em alguns estudos, chegou-se a demonstrar a efetividade do inositol no tratamento de doenças do sistema nervoso central, como a depressão, transtornos de pânico e OCD.
Benefícios da sua contribuição
Alterações neurológicas, depressão.
As pessoas que sofrem de depressão geralmente têm os níveis de inositol reduzido no líquido cefalorraquídeo. Em vários estudos foi demonstrado que o inositol produz um efeito positivo no tratamento de pessoas que sofrem de depressão, em teoria devido a que o fosfatidil inositol intracelular serve como sistema de segundo mensageiro para os recetores 5-hidroxitriptamina.
Estes estudos concluem que o inositol pode ser uma alternativa aos antidepressivos, (particularmente os inibidores seletivos de serotonina e os antidepressivos tricíclicos de recaptação), que pode chegar a produzir um efeito semelhante mas sem os efeitos secundários próprios dos medicamentos.
Transtorno obsessivo compulsivo (OCD).
A serotonina também tem um papel muito importante no transtorno obsessivo compulsivo (OCD). Chegou-se a observar que os inibidores seletivos da recaptação de serotonina têm um efeito muito positivo no tratamento deste transtorno e que os agonistas de serotonina agravam o problema. Em algumas investigações observou-se que mediante a administração de mio-inositol, reduz-se a falta de sensibilização do recetor da serotonina e se produzem melhoras significativas no tratamento desta doença.
Os estudos também apresentam resultados positivos quanto aos transtornos de pânico.
Outros possíveis benefícios.
Além disso, os estudos trataram de determinar a utilidade do inositol como analgésico. O inositol foi estudado amplamente como tratamento para aliviar alguns efeitos negativos da terapia com lítio.
Algumas anomalias no metabolismo do inositol estão relacionadas com a resistência à insulina, por tanto, estuda-se ainda um possível efeito benéfico da administração dietética de inositol em doenças relacionadas com a resistência à insulina, (como a síndrome ovárica poliquística, diabetes mellitus gestacional ou síndrome metabólica) e também em possíveis complicações diabéticas, como neuropatias ou cataratas.
Dosagem
Não foi estabelecida uma dose máxima para o consumo recomendado de inositol, durante os estudos utilizaram doses de 12 gramas por dia.
Precauções
O inositol é provavelmente seguro para a maior parte dos adultos.
O seu consumo durante a gravidez está desaconselhado, já que, embora tenha-se demonstrado um possível efeito preventivo de defeitos do tubo neural do feto, é um agonista do cálcio que indiretamente pode provocar contrações.
Apenas em doses acima dos 12 g ao dia poderia chegar a causar efeitos adversos como náuseas.
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